Caderneta de poupança tem saída de R$ 78,5 bilhões até setembro
Publicado em 08/10/2025 , por Alexandro Martello

Saída de recursos acontece em meio ao crescimento da inadimplência e ao alto nível de endividamento da população brasileira. Juro básico mais alto, em 15% ao ano, também faz poupança ficar menos atraente.
A retirada de recursos das cadernetas de poupança superou o nível de depósitos em R$ 78,47 bilhões no acumulado de janeiro a setembro deste ano, informou nesta sexta-feira (9) o Banco Central (BC).
De acordo com a instituição, nos quatro primeiros meses deste ano:
- os depósitos somaram R$ 3,14 trilhões;
- as retiradas totalizaram R$ 3,22 trilhões.
Os R$ 52,1 bilhões de retirada líquida são maiores do que o registrado no mesmo período do ano passado – quando houve a saída de R$ 11,23 bilhões da modalidade.
No mesmo período de 2023, a retirada foi maior que a atual: R$ 86,12 bilhões de janeiro a setembro.
Veja a captação da poupança neste ano:
- janeiro: saída de R$ 26,22 bilhões;
- fevereiro: retirada de R$ 8 bilhões;
- março: saída de R$ 11,45 bilhões;
- abril: retirada de R$ 6,41 bilhões;
- maio: ingresso de R$ 336 milhões;
- junho: entrada de R$ 2,12 bilhões;
- julho: saída de R$ 6,25 bilhões;
- agosto: retirada de R$ 7,56 bilhões;
- setembro: saída de R$ 15 bilhões.
Mercado imobiliário
A retirada de recursos da caderneta de poupança afeta o financiamento imobiliário, pois a modalidade serve de base (funding) para os empréstimos para compra da casa própria.
Em abril deste ano, o Banco Central informou que há um "consenso no mercado" de que o atual modelo de financiamento à casa própria, com base na poupança, está se esgotando.
Por isso, informou a instituição, serão buscadas alternativas à poupança e, também, será feito um debate para saber quais características devem ter os contratos com a mudança do chamado "funding"— que tende a ser mais volátil (instável).
Cenário da economia
A retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de inadimplência e de endividamento altos, diante de uma taxa básica de juros, fixada pelo Banco Central para conter a inflação, em 15% ao ano (o maior nível em quase 20 anos).
Indicadores mostram que o endividamento da população segue elevado. Segundo o BC, ele somou 48,5% da renda acumulada nos doze meses até julho deste ano.
Já a inadimplência alcançou 5,4% no crédito livre (sem contar habitacional, imobiliário e do BNDES) em agosto. Considerando somente o crédito às famílias, o patamar subiu para 6,8% em agosto, patamar elevado na comparação histórica.
Juro alto reduz atratividade da poupança
A alta taxa de juro básica da economia brasileira, a Selic, também ajuda a reduzir a atratividade da caderneta de poupança. Atualmente, para tentar conter a inflação, a Selic está em 15% ao ano, o maior patamar em quase duas décadas.
Pelas regras da poupança, a aplicação segue com rendimento limitado. Isso ocorre porque, com as regras vigentes, quando a taxa Selic ultrapassa o patamar de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é de 0,5% ao mês, mais a variação da taxa referencial (TR, que é calculada pela média ponderada dos títulos públicos prefixados).
De acordo com analistas ouvidos pelo g1, o retorno da poupança tem perdido para outras aplicações em renda fixa.
Eles apontaram que investimentos no Tesouro Direto, em CDBs e também CDIs têm registrado melhor desempenho em um cenário de alta dos juros básicos da economia, e que a renda fixa deve continuar atrativa em 2025.
Fonte: G1 - 08/10/2025
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