Risco regulatório cai e ações da Azul e GOL sobem sem fusão
Publicado em 29/09/2025 , por Naian Lucas Lopes
Desistência de junção entre as empresas libera investidores e impacta mercado financeiro
A sessão desta sexta-feira (26) registrou alta nas ações da Azul (AZUL4) e da GOL(GOLL54) na B3, impulsionada pelo anúncio do fim das negociações de fusão entre as companhias.
O comunicado oficial sobre a desistência foi feito na noite de quinta-feira (25) pela Abra Group, controladora da GOL.
O memorando de entendimentos inicial, assinado em janeiro deste ano, não avançou nos últimos meses devido à recuperação judicial da Azul nos Estados Unidos (Chapter 11).
Com a desistência, ambas as empresas confirmaram o fim do acordo de confidencialidade.
Além da fusão, a GOL solicitou a rescisão do acordo de codeshare firmado em maio de 2024, que permitia a integração de malhas aéreas para venda cruzada de passagens.
A Azul confirmou que todos os bilhetes emitidos sob o acordo serão honrados. Caso a fusão tivesse ocorrido, as marcas seriam mantidas, resultando em uma participação de cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro.
Na B3, as ações da Azul dispararam durante o pregão, chegando a variar entre 11% e 22%, e fecharam em R$ 1,23, alta de R$ 0,18, ou 17,14%. Os papéis da GOL fecharam o dia cotados a R$ 5,95, em alta de R$ 0,30, ou 5,31%.
O volume de negócios foi maior que o dia anterior, com o dobro para a GOL e 60% a mais para a Azul, indicando maior interesse de investidores.
Críticas do CADE
O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) havia dado prazo de 30 dias em setembro para análise do acordo de codeshare, investigando sobreposições que pudessem comprometer a concorrência.
O presidente do CADE, Gustavo Augusto, criticou anúncios prematuros sobre fusões sem preparo regulatório.
O ministro Silvio Costa Filho (Republicanos), dos Portos e Aeroportos, afirmou que o desfecho fortalece o setor aéreo e contribui para turismo e conectividade.
Análise dos especialistas O economista Leonardo Ramos afirmou ao Portal iG que "o disparo nas ações da Azul e GOL reflete um clássico alívio de risco no mercado: durante as negociações de fusão, os papéis sofriam com a incerteza regulatória do CADE e os desafios do Chapter 11, o que pressionava os valuations para baixo. Com o fim das tratativas, investidores interpretam isso como uma volta ao foco em reestruturações independentes, reduzindo o 'prêmio de controle' implícito e liberando capital para upside operacional puro."
Ele também pontuou que o rally é impulsionado por uma correção de preços.
"As ações estavam precificadas com desconto devido ao risco de uma fusão que poderia diluir acionistas minoritários ou enfrentar bloqueios antitruste. A desistência remove essa nuvem, permitindo que o mercado reavalie o valor intrínseco de cada companhia com base em seus planos standalone, especialmente com a GOL pós-RJ e a Azul avançando em eficiência", explicou.
Do ponto de vista de investimentos, o crescimento surge de uma realocação de fluxo: rumores de fusão atraíam especuladores de curto prazo, mas o anúncio oficial elimina o ruído, atraindo investidores de valor que veem potencial em yields de dividendos futuros e recuperação setorial.
"É um sinal de maturidade do mercado aéreo brasileiro, onde independência pode fomentar competição saudável e retornos mais sustentáveis" , concluiu Ramos.
Fonte: economia.ig - 26/09/2025
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