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Falta de padronização de números em roupas confunde os consumidores
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Falta de padronização de números em roupas confunde os consumidores

Publicado em 01/09/2025

Pesquisa realizada pelo SENAI CETIQT pode contribuir para amenizar o problema

Corpos são diferentes em todos os lugares do mundo. O problema é que atualmente não existe uma padronização de tamanhos na indústria da moda. Muita gente fica perdida na hora de achar o número ideal. Se nas lojas físicas, já é difícil, imagina quando se encomenda pela internet? Afinal, quem nunca pediu um número e quando chega é completamente diferente. Assim a frustração vem, principalmente, se a roupa não couber.

Uma pesquisa antropométrica (medição do corpo humano) denominada SIZEBR, realizada pelo SENAI CETIQT, poderia ajudar nessa padronização, uma vez que ela é uma fonte de informações de dados para esse fim. Foram medidos cerca de 6.400 mulheres e 3.600 homens e identificados aproximadamente cinco tipos físicos diferentes em cada gênero, em todas as regiões do país, em cidades de maior circulação econômica.

Esse resultado pode transformar a indústria de confecções brasileira ao oferecer uma possibilidade de adequação antropométrica para orientação de tamanhos de roupas, adaptada às características físicas da população brasileira. Assim, haverá uma  numeração mais precisa e inclusiva, atendendo melhor a diversidade de corpos, o que pode garantir uma experiência de compra mais satisfatória.

Como atualmente, o consumidor anda preferindo os sites das blusinhas e coisinhas mais baratas, nem sempre se torna possível agradar a todas e todos. A esteticista Diana Hilário Santos, de 23 anos, afirma que nunca teve problemas ao pedir roupas nas lojas online.

"Graças a Deus, todos os tamanhos que eu pedi vieram certinho e couberam em mim. Agora, em loja física, eu já tenho mais essa dificuldade, porque algumas sugerem que a roupa é o seu número, mas quando você vai botar não dá. E já aconteceu muito comigo. Visto 38, mas tem roupa que é 40 que dá em mim. Eu tenho uma saia que é 42, mas eu visto 38. Então eu já passei muito por esse problema nas físicas, muito em relação a jeans. Mas nas lojas online eu sempre acertei nos números", diz Diana.

A aposentada Valéria Carvalho, 57, acha que nas lojas online os tamanhos são muito pequenos para o nosso padrão. "Devemos ter cuidado para comprar, até porque vem da China e é complicado. Mas nas outras lojas eu me guio pelas tabelas de medidas que vêm no site da empresa e costuma ser de acordo com o meu corpo", afirma.

Ela  gosta de uma marca para adolescentes e pede um número maior por conta disso, mas já viu que a padronagem muda independente de faixa etária. "Se eu for comprar numa loja era um tamanho, se for em outra dois números acima. Às vezes eu compro numa outra loja fica grande. Então, quando eu gosto do lugar, eu já meio que aprendo, chego a fazer algumas trocas, mas eu já sei que naquela loja ali, eu sou 42, naquela outra 40", conclui.

'Detesto comprar roupas pela internet'

Se algumas pessoas acham o online melhor para comprar, outras são fiéis às lojas físicas. A vendedora Ana Paula dos Santos, de 55 anos, não quer saber de compras online de jeito nenhum. "Ah, eu detesto, eu gosto de compras ao vivo e em cores. Roupa, para mim, nunca vem da forma que eu peço. Muitos não sabem fazer a conversão do padrão. Eu nunca gostei, sempre vem menor mesmo eu convertendo, não vejo o tipo de tecido real da roupa, o corte e eu sou do presencial, gosto do Saara, do Mercadão de Madureira, me acabo, gosto de brechó. E outra, tudo demora muito. Quando vamos a uma compra presencial a gente vê o produto, negocia, experimenta, traz o produto na hora".

A fotógrafa Vivian Fernandez, de 49 anos, concorda com Ana Paula e vai além. "Nas compras online, a diferença é ainda maior porque são confeccionadas na Ásia, onde o porte físico das pessoas é menor e mais magro do que o nosso aqui no Brasil".

'Modelagem que atenda  às necessidades'

Se de um lado, as consumidoras comentam sobre a falta de padrão. Do outro, quem está por dentro tenta amenizar o problema. É o caso da Timbrato (@vista_timbrato), uma marca de roupa feminina. "Nossa proposta é unir estampas exclusivas a partir de fotografias com modelagem que atenda às necessidades das mulheres", diz uma das sócias da marca e modelista Angela Mello, de 73 anos, que usa como referência a tabela de modelagem industrial feminina do SENAI-CETIQ.  

"No entanto, criamos a nossa padronização de acordo com o perfil das nossas clientes. Sabemos que já existe uma padronização de tamanhos, mas como atendemos a mulheres mais maduras, adaptamos a nossa medida de forma que o manequim 40, veste o nosso P; o manequim 42, veste o M; e o manequim 44, é o nosso G".

Angela explica que o maior desafio da modelagem é o caimento perfeito em diversos tipos de corpos. "Se formos colocar em prática todas as solicitações, seriam dezenas de alterações, mas algumas, é possível, diz ela, acrescentando que a modelagem é um grande desafio também para as vendas online. 

"Apesar de a gente publicar a nossa tabela de medidas no site, o entendimento das medidas ainda é o nosso maior obstáculo. Além de nem todas as mulheres saberem tirar as suas medidas, a falta de uma padronização induz ao erro na hora da compra. Um exemplo é a cliente que compra uma blusa P, sem verificar a medida do nosso P. Ela pode estar comprando o P errado para ela. Existem Ps tamanhos 36, 38 e 40. O nosso P é 40. E, quando ela deixa de verificar, isso pode acabar resultando em troca, que no online, gera um custo para o negócio", explica.

Para que o problema seja amenizado, os funcionários da Timbrato estão participando de eventos presenciais a fim de conhecer os clientes. "Ouvimos as suas dores, que vão desde uma alça mais larga para esconder a alça do sutiã, até uma modelagem maior no busto e menor no quadril. Assim, fizemos algumas alterações. Recentemente, experimentamos um vestido com modelagem ampla que foi um sucesso. Com alça ajustável e modelo evassè, ele vestia tanto um tamanho 38, quanto um 46’"

Segundo a profissional, na nova coleção está sendo lançando um modelo de camisa básica, mas com dois comprimentos. "A ideia é que as mulheres mais baixinhas não se sintam engolidas pelo cumprimento e para que as mulheres mais altas, não fiquem de barriga de fora se não quiserem. São alterações simples, que nos conectam mais com as nossas clientes".

Opinião de quem entende do riscado

Será que essa falta de padrão não pode até mesmo prejudicar a quem trabalha com moda? Em entrevista ao jornal O DIA, a Consultora Líder da Área de Consultoria do Instituto Senai de Tecnologia Têxtil e Confecção, Patrícia Dinis, que integra a equipe do SENAI CETIQT desde 1995 fala sobre o assunto. Quem também concedeu entrevista foi a professora de Design de Moda do SENAI CETIQT, Bárbara Poci.

O DIA: Como a falta de padronização da numeração de roupas pode afetar a moda?

Patrícia Dinis: Existem dois lados para esta situação. Por um lado, a falta de padronização na numeração de roupas é um desafio para o setor de moda, que impacta diretamente os consumidores, marcas e a indústria como um todo. Quando não existe um sistema unificado, pode haver exclusão de diversos corpos, perpetuando estereótipos de padrões estéticos. Para os consumidores, pode trazer alguma insegurança na hora da compra, especialmente no e-commerce, onde a troca e devolução se tornam comuns. Esse cenário pode trazer frustração para quem compra e pode elevar custos logísticos e gerar impactos ambientais.

Países e marcas que trabalham com sistemas de medição mais claros oferecem maior previsibilidade ao consumidor. A falta de um padrão global dificulta a exportação, pode comprometer o posicionamento em mercados externos e pode reduzir a eficiência das cadeias globais de suprimento.

Por outro lado, esse cenário abre espaço para inovações: o uso de tecnologias como escaneamento corporal e provadores virtuais, além de uma comunicação mais clara das medidas, especialmente no comércio eletrônico, pode ser o diferencial que posiciona marcas como pioneiras na busca pela padronização e inclusão no mercado. Uma solução pode estar na transparência e na inovação, criando um novo caminho para a indústria da moda.

Bárbara Poci: A falta de padronização de tamanhos nas marcas de moda brasileiras é um problema que enfrentamos a algumas décadas e que repercute diretamente na insatisfação do consumidor, o que faz com que gere uma certa desconfiança com relação a credibilidade das marcas.

Entretanto, essa falta de padronização ocorre em função de alguns fatores que envolvem a ausência de uma regulamentação oficial com normas obrigatórias que padronize as medidas corporais, e os perfis corporais variados, pois o Brasil é um país com uma grande variedade de biótipos em função da nossa diversidade cultural. É importante sinalizar que existe um caminho em direção a padronização de medidas corporais sendo organizado no Brasil.

Basta atentarmos para a nova NBR16933, que foi lançada em novembro de 2021, trazendo uma referência de medidas corporais para o corpo feminino considerando os biótipos retângulo e ampulheta, contemplando do tamanho 36 ao 62. Uma boa solução para as marcas de moda com relação a identificação das medidas para o consumo final seria trabalhar com etiquetas de tamanho que esclareçam para o consumidor qual é o tamanho real da peça, e também com a identificação de quais biótipos aquele produto contempla.

O DIA: Muita gente reclama que roupas bonitas só são para as magras. Como os profissionais de moda poderiam amenizar essa "situação"?

Patrícia Dinis: A crítica de que roupas bonitas são exclusivas para corpos específicos, como os “corpos magros”, é um desafio que pode ser amenizado com ações concretas dos profissionais de moda. A modelagem inclusiva, que considera diferentes silhuetas, e a diversificação de modelos nas campanhas publicitárias são fundamentais para representar todos os corpos. Além disso, o uso de tecidos e cortes adaptáveis, a comunicação inclusiva e o desafio aos padrões de beleza podem ajudar a quebrar estigmas e promover a diversidade.

Outra solução eficaz é oferecer personalização e roupas sob medida, permitindo que cada corpo se sinta confortável e estiloso. Ao adotar essas práticas, a indústria pode promover uma moda mais justa e representativa, onde todos têm espaço para se expressar.

Há nichos comerciais diversos que podem e devem ser mais explorados pelas empresas. A grande questão é a empresa ter o interesse em se desafiar para o atendimento desses novos nichos.

Bárbara Poci: A solução é trabalhar com uma tabela de medidas mais abrangente contemplando também os tamanhos grandes. A sugestão é basear-se na NBR16933, que contempla as medidas do tamanho 36 ao 62 para o corpo feminino.

Porém, essa questão com relação ao aumento da grade de tamanhos vai muito além do trabalho do design de moda, é necessário que se crie uma cultura de expansão de tamanhos nas marcas de moda brasileiras, já que sabemos que mais da metade da população no Brasil está acima do peso ou é obesa. Além disso, há a oposição por parte da indústria do vestuário que prefere manter o status de vestir corpos que seguem a uma tabela de medidas corporais industrial, pois isso garante eficiência na produção e redução de custos.

Criar roupas para uma variedade de tipos de corpos, incluindo principalmente os corpos gordos, requer ajustes e investimentos adicionais em design e produção que nem sempre os empresários da moda estão dispostos a fazer.

O DIA: Por que não se tem padrão em lojas brasileiras? E na internet é ainda pior?

Patrícia Dinis: A falta de padronização nas lojas brasileiras ocorre por uma combinação de fatores, como a diversidade de corpos, estilos e modelos de cada marca, que adota sua própria tabela de tamanhos.

No Brasil, a moda é muito segmentada, e cada marca define suas próprias numerações, o que torna a experiência de compra inconsistente. Esse cenário é agravado pela indústria não adotar as normativas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que são de uso voluntário. Isso faz com que cada empresa use seus próprios critérios de graduações.

Na internet, a situação é se torna complexa devido à impossibilidade de prova de roupa, que gera insegurança do consumidor. Comprar online sem experimentar significa confiar na tabela de tamanhos, que é variável de marca para marca e nem sempre é clara no site ou aplicativo.Além disso, fotografias e descrições de produtos nem sempre são precisas, o que dificulta a previsão do ajuste perfeito. A falta de informações claras sobre as medidas reais da peça, como busto, cintura e quadril, também contribui para a confusão, resultando em mais trocas e devoluções, elevando custos e frustrações para os consumidores.

Em resumo, a ausência de padronização no Brasil é um reflexo de práticas comerciais segmentadas, e no e-commerce, isso se intensifica pela falta de interação física com o produto e pela imprecisão nas descrições.

Bárbara Poci: Essa falta de padronização ocorre em função de alguns fatores que envolvem a ausência de uma regulamentação oficial com normas obrigatórias que padronize as medidas corporais, e os perfis corporais variados, pois o Brasil é um país com uma grande variedade de biótipos em função da nossa diversidade cultural.

Com relação ao consumo de roupas online a situação ainda fica pior, pois o consumidor não tem a opção de experimentar as roupas e nem sempre as tabelas de medidas das roupas prontas disponibilizadas pelas marcas são fidedignas.

Há ainda outro fator importante, que nem sempre o consumidor sabe tirar as suas medidas corporais corretamente, ou também, não tem uma noção espacial com relação a medida da roupa pronta para saber se vai caber no seu corpo ou não.

Fonte: O Dia Online - 01/09/2025

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